quinta-feira, 8 de março de 2012

A praça é do povo, dos mendigos ou da comunidade ?

Em nossa sociedade de estado de direito temos fatores conflitantes. O fator social diz que se deve abrigar e ajudar os necessitados. O econômico dá o alarme de que é muito o dinheiro necessário para manter o social. O fator ordem mostra que apesar do dinheiro gasto, aqueles que são mantidos pelas preocupações sociais degradam e não sabem usar o que é comprado e estabelecido para eles mesmos.

Um exemplo são nossas praças. Elas são de todos, mas os mendigos e os quase miseráveis se hospedam e quebram os brinquedos, roubam pedaços de madeira e parafusos dos bancos, usam as fontes para encher baldes para lavar carros, estragam a grama para colocar seus pertences, fazem as necessidades na grama, penduram seus agasalhos nas árvores, arrancam pedaços dos limites dos gramados para fazer de peso para coisas e "gambiarras", usam bancos como camas, e ainda brigam em plena luz do dia por uma vaga nos bancos ou na grama.

Então, a praça é do povo ou dos mendigos e oportunistas. Os miseráveis querem fazer de tudo um objeto de disputa de espaço, de contexto favorável aos seus ganhos, de depósito de bugigangas e contrabando, e até de alimentos a serem vendidos ou consumidos por eles.

E o povo, ordeiro, limpo, que com seus impostos sustentam estes espaços, assim usados para a baderna, não pode levar seus filhos para passear na praça. É a inversão da verdade. Isto é um fruto de um estado de direito que mais preza o assistencialismo politiqueiro do que a justiça que está na base do pensamento da teoria do direito. Justiça social não é costurar um tecido social corroído com uma linha de ouro, e sim modificar todo o tecido. Não se evita rasgar mais este tecido deixando de usá-lo (omissão do estado), mas usando-o com sabedoria.

Entregar praças ao abandono (a guarda municipal é que deve zelar pelo patrimônio) é jogar dinheiro de impostos fora, é tentar igualar o tecido social proporcionando diversão das áreas favorecidas aos desfavorecidos, enquanto a população favorecida desta área tem que procurar áreas de diversão distante. Isto não é justiça social, e sim injustiça filantrópica.

Por isto tudo está errada a filosofia de manter aglomerados em áreas nobres e tentar oferecer qualidade de vida aos seus moradores. É como manter SENZALAS REGIONAIS para abastecer de mão de obra os mais favorecidos. Os aglomerados devem ser banidos, e tornar áreas urbanas realmente urbanas, para se poder ter soluções de trânsito disponíveis. É um absurdo aglomerados terem imóveis de aluguel, além deste aluguel para humildes ser caro, só porque está em área nobre. Isto não é justiça social e sim injustiça imobiliária.

Pedimos o enquadramento dos aglomerados, através de construção de moradias em outras áreas, com compatibilidade imobiliária para este fim. Em outras palavras, se o metro quadrado necessário para se atender a uma faixa social C estiver em uma área X, estas pessoas deverão ser realocadas para esta nova área, já que pelo justo, elas poderiam nem ter direito à área ocupada ilegalmente onde estão. Mas, longe de ficarem sem moradia, o estado ainda investe em programas deste tipo para abrigá-los.


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