sábado, 30 de setembro de 2017

99POP é um verdadeiro caos - Taxi alternativo

O setor de transporte de passageiros em carros particulares provou ser um segmento muito desejável para investimentos. Um grupo chinês investiu perto de 300 milhões de reais no 99 taxis, criando o 99POP.

O serviço UBER

O UBER é um serviço que nasceu nos Estados Unidos, e chegou aos brasileiros completamente estruturado, com regras definidas, um aplicativo de celular quase sem defeitos e com uma plataforma Web invejável. A seleção de motoristas e carros ocorre natural e democraticamente pela intervenção dos passageiros.

A confiabilidade é enorme. Pediu, aparece um carro. Apenas nas segundas feiras, pela manhã, pode ser que faltem carros, bem como nos momentos de chuva. No entanto, é só ter paciência, e se consegue um carro.

Tentativa de copiar

Então o 99 taxis resolve copiar o UBER. Fazem um investimento, recrutam os motoristas, lançam o aplicativo. Mas não é copiando a competência dos outros que se atinge o mesmo resultado. O aplicativo UBER é bem superior ao do 99POP.

Os usuários vem reclamando que pedem um carro, e vem outro, ou então veem na tela que o motorista que não veio está fazendo a corrida para outro passageiro, e pior, estão cobrando do que não recebeu o carro. O localizador falha flagrantemente, desorientando o motorista. Tem horas que o aplicativo do motorista sequer entra, e ele passa para o UBER.

O motivo

Apesar da explicação padrão de que "estamos ajustando o aplicativo, para oferecer os melhores serviços", será muito difícil o grupo de desenvolvedores brasileiro conseguir o resultado do UBER a médio prazo. Alguns fatores se conjugam para que isto ocorra:


  • O analista de sistemas brasileiro não está acostumado a resolver problemas difíceis. Quando o problema fica difícil, reclamam de tempo, de recurso técnico, e resolvem chamar gente de fora;
  • O analista de sistemas brasileiro não é persistente. Os obstáculos o desanimam (estamos falando da média dos analistas);
  • O analista de sistemas brasileiro, em sua grande maioria, não dominam a língua inglesa, para poder ter acesso à literatura informática em inglês, muitas vezes superior à encontrada em português. E as traduções são péssimas;
  • O programador brasileiro age como se fosse apenas um empregado comum de empresa;


Por estes motivos, temos aplicações Web simplesmente ridículas, mesmo nos órgãos do nível estadual e federal. Os gestores ainda pioram a situação, intervindo na especificação final das aplicações, para retirar aquelas que possam comprometer o seu cargo. Os líderes de projetos de aplicativos são escolhidos segundo critérios políticos, e não técnicos.

Atendimento ao cliente

O 99POP não tem um site como o UBER tem, possibilitando o acesso às corridas, e a um canal de reclamação eficaz. O telefone de contato pelo aplicativo não atende. Toca até você desistir. O aplicativo nem de longe atinge o patamar estável do UBER.

Conclusão

O serviço do 99POP está sendo seriamente prejudicado pela plataforma de informática, e por uma ansiedade de concorrência a qualquer preço, prejudicando os usuários.

sábado, 2 de setembro de 2017

A morte de um rapaz no Hangar 677

Como é a vida dos jovens hoje em BH

Faça uma experiência, durante as férias, saindo de BH para cidades menores. Você pode ficar alguns dias em São João del Rei, Tiradentes, Diamantina, cidades não muito pequenas, e ver como vivem os jovens, considerando a faixa de 16 a 21 anos.
As amizades não são feitas mais entre vizinhos. Elas passaram a ser feitas pelas Redes Sociais. O mecanismo não está errado. O que acaba se configurando como erro é o TAMANHO DO CÍRCULO DE AMIGOS. Se o jovem tem um círculo de amigos grande, as opções de lazer, e a frequência dos mesmos também se torna grande. E, para quem tem uma pequena ideia de estatística, a PROBABILIDADE DE ERROS, ENGANOS E FRUSTRAÇÕES aumenta EXTRAORDINARIAMENTE.
Os adolescentes, faixa de jovens propensa a mais enganos, ficam muito em casa jogando videogame, entrando em Redes Sociais, e arranjando tanto amizades quanto conflitos virtuais.
E, no fim de semana, todos estes jovens, mesmo de grupos de amizade diferentes, acabam se encontrando em uns poucos lugares de diversão CONTROLADA.

O Hangar 677

Como o jovem precisa MOSTRAR PARA A COMUNIDADE JOVEM que é uma pessoa socialmente inserida, DESCOLADA e notória, entre os seus semelhantes, ele acaba indo frequentar o "point" da época. Um dos poucos lugares que corresponde a este nível é o Hangar 677, casa de reunião para diversão (boate, como aparece nos noticiários, não é o termo da nossa época).
Mas o nível acarreta uma série de providências severas e, entre elas, está a segurança.

O assunto é Segurança

Um dos péssimos hábitos dos donos de casas de shows é contratar Policiais Civis para (1) fazer este serviço, ou (2) contratar e instruir seguranças de acordo com os seus métodos.
Segurança de festas é papel de pessoal treinado para primeiro dialogar, em segundo lugar imobilizar e, em terceiro lugar, conduzir o CRIA CASO às autoridades policiais, seja o Juizado de Menores, seja a Delegacia especializada.

O Policial Civil está acostumado a lidar com bandidos e contraventores, e não com jovens de famílias com um certo nível social.

Outro erro é encarar o uso, simples uso, de drogas, como assunto afeto à segurança, em ambientes controlados, como são as festas. E tem mais. Existe a confusão entre as substâncias inaladas por queima, ou sem ela, e as alcoólicas, denominando todas de DROGAS. Álcool talvez seja a substância com maior poder para EXALTAR e aumentar a periculosidade dos jovens (assim como no caso de adultos, como é notório). O fumo da Canabis tem efeito estupefaciente. Já o do crack provoca a falta de avaliação de riscos, como é o da cocaína.

Mas as instruções dos seguranças englobam tudo como DROGA e excluem o álcool, numa generalização perigosa, irresponsável e mortal. A instrução está totalmente errada, e repleta de preconceitos.

Os jovens que demoram muito tempo no banheiro, tirando as instruções expressas da gerência, sobre frequentadores habituais, que devem ser respeitados, são, inevitavelmente, abordados. E, nesta faixa etária, a maioria é muito VALENTE, infelizmente.

Se os pais pedem aos filhos que se comportem, nestes lugares, perdem seu tempo, pois o instinto gregário (de matilha) faz com que ele fique topetudo, resistente, falastrão e desafiador. Eos seguranças, pelo seu lado, querem mostrar que podem manter a "ordem no poleiro".

Outro aspecto deste tipo de casa de encontros de jovens é o fato de que um ou mais sócios, declarados ou não, são Policiais Civis.

Intrigas

O despreparo psicológico de quem zela pela segurança dos jovens, alvos dos eventos, leva estes "respónsáveis", já adultos, a acreditar EM QUALQUER UM que chega e diz nos seus ouvidos "AQUELE ALI ESTÁ COM DROGAS", motivados pela INVEJA. Então temos o o óbvio equívoco que se deu. E colocar drogas no bolso de um defunto é muito fácil, ou então mostrar as drogas e falar que eram dele.

Resultado

Seguranças não bem escolhidos, com visões preconceituosas, valentes e rígidos, somados aos jovens drogados e exaltados, ou não drogados mas valentes, provocam a inevitável confusão, e o resultado como a da morte de Allan Guimarães Pontelo, de 24 anos.

Solução

Então cogitam de fechar todas as casas deste tipo. Errado como solução milagrosa. O correto é exigir pessoas treinadas por profissionais não de segurança, e sim do ramo que lida com jovens, como psicólogos, pedagogos, membros de conselhos tutelares ou do juizado de menores. O jovem que cria caso em festas, se exalta, procura consumir drogas escondido, e desafia as autoridades, mesmo maior, se comporta como um guri, um fedelho, ou seja, um "MENTALMENTE MENOR", daí incluir profissionais que lidam com menores.

Conclusão

Se a juventude mudou, o comportamento das autoridades deve mudar, de acordo com o rumo que a sociedade tomou, pois se espera mais inteligência de nossas autoridades do que dos jovens que ela deve conduzir ao amadurecimento.