Graças aos Planos Econômicos e Programas Sociais, uma grande parcela da população está tendo acesso a produtos e serviços. Isto aumentou a extensão de faixas salariais que frequentam os diversos setores do comércio. E junto com o fluxo numeroso de clientes, como o capeta na fila de anjos da história de Jó na Bíblia, vem os espertalhões. Então, fixem este contexto na mente: um número de pessoas maior que até uns doze nos atrás.
Pois bem, o elemento de baixa renda e mal intencionado, que não mereceria o qualificador de cliente, adentra o recinto do comércio, e faz uma pequena compra até o valor máximo de dez reais, para que a mesma gere troco. E, de preferência, que gere um troco com centavos (30 ou 70 centavos é o ideal), estratégia que provocará uma pequena confusão na mente do caixa. O caixa dá o troco (e a obrigação do cliente é conferir o mesmo ainda na fila de pagamento).
O golpe fica mais dramático se for uma golpista com menino no colo, ou acompanhada de uma babá segurando este mesmo menino. Isto desperta a pena de quem assiste à cena.
O golpe fica mais dramático se for uma golpista com menino no colo, ou acompanhada de uma babá segurando este mesmo menino. Isto desperta a pena de quem assiste à cena.
A confusão é ainda maior, e vai facilitar o golpe, se o caixa fizer aquela pergunta comum: "o(a) senhor(a) tem 10 (podia ser vinte) centavos ?" Este vai acabar se enroscando ainda mais no golpe.
Bem, o cliente golpista, que recebeu o troco correto, deixa a loja. Lá fora, ele toma fôlego e retorna, pisando duro e de cara bem feia, falando bem alto, que o troco está errado, com aquele enredo bem comum:
"Eu fiz a compra de 2 Reais e 70 centavos com 10 Reais. você me pediu 20 centavos para ajudar e você me deu 7 Reais e 30 centavos. Você tinha que me dar é 50 centavos. Se você não me der, eu chamo a Polícia".
Pronto, a confusão está armada. O caso vira um bate-boca. E o golpista, para intimidar o caixa, grita bem alto, para chamar a atenção. O interessante é o golpista logo citar a Polícia. E vem também os complementos:
"Eu já pago muito imposto, e não vou dar mais dinheiro para a sua rede não".
Assim é o golpe.
E, geralmente, para evitar contrariedades, algum funcionário dá os centavos, pois o trabalhador ainda tem o resto da sua jornada para cumprir.
A Polícia
Perguntamos ao leitor, qual será o custo do deslocamento de uma viatura policial para resolver este caso ?
Será que o valor dos impostos destinados ao salário dos policiais e da manutenção das viaturas está, em ordem de grandeza, bem próximo desta quantia irrisória ?
Pois pasmem, a quantidade de briguinhas de fim de semana entre vizinhos, marido e mulher, bêbado e embriagado consegue manter a Polícia mobilizada (melhor seria dizer imobilizada). E ainda tem uns elementos que acham que a Polícia tem que resolver problema de troco.
O cidadão
O que falta é consciência, expressa numa medida de valor, e valores monetários mesmo. A população tem que colaborar para não transformar o lazer em caso de Polícia. Oitenta por cento das ocorrências e assassinatos, nestes anos 2010, tem motivo fútil. Tem gente que acha que a Polícia tem que atender igualmente a todas as ocorrências, o que é um disparate sem lógica e sem razão. Existem prioridades.
Conclusão
O comércio tem que tratar todo mundo com desconfiança, pois a população cresceu em número, sem o correspondente crescimento da qualidade.
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