terça-feira, 15 de maio de 2012

Trânsito e engarrafamentos - Campanha Fique mais em casa

Não estamos mais nos anos 70, em que, mesmo nos filmes americanos, as ruas das cidades e as estradas eram quase que absolutamente vazias.

Meus parentes tinham casa na avenida do Contorno, e eu, com uns 7 ou 8 anos, ficava na janela, contando os carros que passavam. Hoje eu teria que contar os "vazios", ou seja, os momentos em que não tem carro nenhum passando por pelo menos uns 30 segundos. Isto simplesmente não acontece mais.

O apelo comercial

O comércio vive de movimento, e não existem mais os comerciantes que aguardavam os fregueses mais para trocar uma prosa do que para vender propriamente. Então uns espertos inventaram o "consumo por vista". Em que consiste isto ? O consumo por vista consiste em fazer a pessoa sair de casa, preferencialmente de carro, e ir passando em frente aos centros comerciais, para que compre, não porque precisa, mas porque viu algo que o atraiu. É uma forma de apelação.

E como pudemos constatar, deu certo.

Consumo suprindo carências

E o consumo por vista ultrapassou o propósito por si só. Tem vinte anos que os psicólogos aconselham o indivíduo a interagir com o ambiente, saindo de casa, indo ao cinema e ao Shopping, ao invés de mandá-lo para um parque, para uma instituição que ajude pessoas. E a razão disto é que o cinema e o Shopping são "remédios estimulantes de consumo". Cinema implica em gasto com bebidas, pipoca, cachorro quente e uma pizza depois do filme. Com o trânsito do jeito que está, ainda tem o gasto com o taxi.

Recomendam também da pessoa pegar um filme no vídeo e assistí-lo em seu "home theater". Neste ato complexo está implícita a compra da TV, DVD e do "home theater". Isto só significa uma coisa: consumo. Você já recebeu o conselho de lêr quando está chateado, estressado, cansado ? Claro que não. Estes valores são anti-consumo. Um livro ocupa a pessoa por muito tempo. O intuito de nossa sociedade consumista é ocupar a pessoa com várias PEQUENAS coisas, todas relacionadas a consumo

Caminhada e compra do necessário

Quando se sugere a alguém que caminhe, nesta nossa época, subliminarmente existe um conteúdo de estímulo ao consumo. Vai caminhar ? Então tem que ter uma roupa apropriada, boné, tênis (o item mais caro), um cronômetro e a garrafinha toda colorida só para levar água. Tem até o "pedômetro", que conta o número de passos da pessoa. E após a caminhada, nada como uma daquelas "poções" cheias de íons para repor o que eles garantem que você perdeu caminhando.

Veículos

Movidos pelo apelo incessante da geração saúde, os velhos vão caminhar. E como ? Eles vão de carro para as praças, na pior hora: a hora em que estamos saindo para trabalhar e pagar a aposentadoria deles. Resultado: um trânsito amarrado por motoristas sem reflexo e a 40 km por hora ou menos. A solução é esta faixa etária realmente caminhar, e se tiver que sair de carro, que não saia até as 9 horas da manhã e nem depois das 18 horas.

Conclusão

Se não tiver o que fazer na rua, FIQUE EM CASA, ou então, sendo perto, deixa a porcaria do carro na garagem. Não vai inventar de comprar uma torneira no centro da cidade só porque é mais barato, de carro e avacalhar com o trânsito. Uma torneira não paga uns dez estressados que vão passar raiva por causa de um bobo que saiu para comprar uma só besteira.

Vai ler uma revista, jornal ou livro, e deixa a rua livre para aqueles que estão prestando serviço para esta mesma população que já está tranquila.

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