terça-feira, 25 de junho de 2013

Democracia, o regime do anonimato e o voto secreto

Motivados pelos últimos comentários estapafúrdios da imprensa e das autoridades sobre as manifestações desta nossa Revolução Constitucional de 2013, submetemos o objeto Democracia a uma apreciação teórica e histórica.

Nascimento

A democracia nasceu na Grécia, se propondo poética e utopicamente a ouvir TODOS e satisfazer o desejo da MAIORIA.

Primeiramente, por questão de base teórica, o ouvir a opinião pública preenchia apenas o escopo dos Problemas Públicos, ou seja, os assuntos abordados correspondiam meramente às questões civis. Não havia os partidos, pois a representação era INDIVIDUAL. E, em segundo lugar, o Individual se referia, anote aí, aos HOMENS.

Desta forma, nosso louvor aos gregos tem que estar limitado a estas duas questões.

Para complementar as questões, lembremos que a sociedade grega admitia a ESCRAVATURA. Os povos derrotados eram feitos escravos, assim os gregos podiam discutir questões políticas, filosóficas e espirituais a vontade.

O voto

O voto era dado em Assembleias Populares, novamente frisando, INDIVIDUALMENTE. O esforço para se obtê-lo em favor de um determinado interesse tinha que ser enorme, e quem o quisesse deveria dominar a lógica bem como a oratória, unindo-os em um discurso de convencimento eficaz.

Representatividade

Partindo do processo de voto dado nas praças (Assembleia para os gregos, "thing" para os germânicos), nenhuma delas poderia conter a população numerosa dos tempos modernos. Da Proclamação da República até os anos 30, não era qualquer um que votava. O aspirante ao voto tinha que ter uma determinada renda, e tinha que ser do sexo Masculino. E o voto era falado em alta voz.

Para evitar os efeitos maléficos do coronelismo, foi instituído o voto secreto, e a partir daqui iremos abordar o que realmente nos interessa neste artigo.

Segredo e Anonimato

O voto é a maior arma do cidadão no que se refere à vida pública, e este ato traz como consequência um CASAMENTO com o gestor público, que sob a nossa lei vigente dura 4 anos.

Tratando do assunto Casamento, a esposa sabe o marido que escolheu, e o marido sabe que esposa que escolheu. E vão morar sob o mesmo teto. E sabe, pelas palavras do Sacerdote que é "até que a morte os separe". É assinado um papel, e um sabe muito bem o nome do outro.

Vamos falar de crediário. Você faz uma Promessa temporária, um Casamento com a empresa que lhe forneceu um determinado bem de uso (não estamos falando de bens de consumo imediato, mas de bens de consumo durável, como uma lavadora, um fogão, etc). Na celebração deste "casamento", você assina alegremente o contrato, e se propõe a pagar as faturas ou boletos.

Então voltemos a falar do voto. Se ele é secreto, onde está a sua assinatura ? Você recebe um comprovante que votou, mas nele não está escrito em quem votou. Tudo por causa do anonimato que se deseja preservar, ou que a legislação mantém nestes tempos modernos, mas que é UM ENORME ERRO CONCEITUAL.

O tempo do voto secreto já passou. Voto secreto é um VOTO de uma pessoa SEM ROSTO. O político não pode fazer uma mala direta e comunicar aos seus confessos eleitores o que vai fazer e o que já fez. Se o eleitor quer manter o direito a este segredo, para se resguardar caso o seu eleito pise na bola, o eleitor é um desonesto, e adepto do discurso "SÓ ENTRO EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO". Coitados então seriam os atleticanos e os judeus.

Após a Era Collor, não se encontrava um só eleitor daquele câncer político.

Conclusão

É preciso acabar com o voto secreto, e o eleitor ter o comprovante físico e inquestionável de sua vontade eleitoral, não só para cobrar do candidato feito gestor, como para prevenir as FRAUDES ELEITORAIS passíveis de serem feitas pelo aparato eletrônico.


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