terça-feira, 11 de outubro de 2011

Relatório de ocorrências 11/10/2011 - Manutenção precária da CEMIG e a chuva

Ocorreu no ano passado, período das chuvas, e novamente neste ano, e HOJE.

O trânsito no centro da cidade, notadamente na avenida Afonso Pena, parou em virtude da queda da energia elétrica para a sinalização semafórica.

Já contamos anos de desenvolvimento de cabos de alumínio para transmissão, modernos transformadores, novas tecnologias para composição de redes de distribuição urbana (com aqueles cabos trançados em 2 pares), subestações inteligentes, centrais de controle remoto ultra modernas e informatizadas "até a medula". Mas o problema insiste em se repetir.

A injustiça, o descaso e a irresponsabilidade residem no fato de se justificar uma taxa de energia elétrica, a mais cara do país, em troca da tecnologia de ponta. Ora, o fato demonstrado não sustenta a razão do investimento. Tudo parou (inclusive os bairros observaram os piques de luz) como se as redes fossem as mesmas de 1970 para uma cidade deste tamanho.

Geração Alternativa

Por que a CEMIG não projetou (a muito tempo) geração alternativa de energia para as redes de trânsito ? Dirão alguns que isto é de responsabilidade da Prefeitura, mas estão mal informados. A única concessionária de energia, monopólio, de Minas Gerais é esta droga da CEMIG. A Prefeitura não pode intervir nisto. Ela apenas contrata energia elétrica da Concessionária Autorizada. Esta é que tem que garantir fornecimento para serviços essenciais. E o trânsito é o sistema circulatório de bens, serviços e desenvolvimento, e até dos próprios veículos de manutenção desta Concessionária.

Só que a CEMIG não faz um projeto de gente para a rede elétrica. Ela só quer cobrar caro.

Corte de árvores

Pode-se tentar colocar a culpa nas árvores que caem rompendo a rede elétrica. Acontece que a CEMIG tem um programa de nome PREMIAR, para corte de árvores, com licença ambiental e tudo. Mas não faz o corte sistemático. Quando faz algumas intervenções, faz em nosso horário de trabalho, ao invés de fazer de noite. Isto porque não quer pagar horas extras (economia porca), mas enche os quadros de direção com apadrinhados políticos que mal sabem o que é um sistema trifásico.

Existem levantamentos da Prefeitura via suas secretarias da idade de todas as árvores da Região Metropolitana, conforme veiculado - com orgulho - nos programas de TV. Mas eles ficam esperando algum morador ligar para pedir o corte. E hoje, uma moradora do bairro Anchieta, após pedir várias vezes um corte de árvore, recebeu a resposta que uma árvore só poderia ser cortada após o feriado. Pois bem, a árvore caiu em cima do carro de uma pessoa que deixou o carro sob esta árvore para trabalhar. Será que a Prefeitura vai pagar ?

Em Belo Horizonte foram pelo menos 60 árvores que caíram, até 20:35, horário deste post. O número apresentado pelo levantamento do Corpo de Bombeiros foi de 81.

Uma delas provavelmente foi a responsável por romper um cabo de alta tensão e atingir um motociclista com consequências mortais para este último. A CEMIG tem responsabilidade direta pela morte dele, pois ela tem que zelar pela integridade física de sua rede de distribuição. Os cabos devem estar fixados de forma a levar em conta que passam pelos galhos das árvores. A empresa já havia sido avisada com antecedência da presença do cabo pendurado.

Intervenção

Devido às ligações políticas da CEMIG (onde deveria predominar a técnica grassa o clientelismo), a empresa deveria sofrer uma devassa, e na direção deveriam ser colocados técnicos e administradores, e não apadrinhados de políticos mais votados.

Conclusão

Moramos em uma roça, sem consciência de seu status de capital.

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