sábado, 21 de julho de 2012

Crescimento, mobilidade e sustentabilidade

Quando uma metrópole cresce, sem um planejamento de visão, como é o caso de Belo Horizonte, o trânsito ruim prejudica a mobilidade.

Mobilidade

A mobilidade é um dos direitos do cidadão. O estado tem que garantir os transportes, não somente pela necessidade do indivíduo de se deslocar a grandes distâncias para chegar ao trabalho, mas para conhecer a própria cidade em que vive. Ela é do cidadão, pois seus impostos não se restringem à resolução de problemas apenas de seu bairro ou de seu quarteirão.

Se a garantia de mobilidade almejasse somente a chegada do cidadão ao trabalho, ele poderia ser apenas chamado de trabalhador, e entenderíamos que o Estado realmente vê o trabalhador como Escravo.

Então, como fruto da incompetência do Estado de garantir a chegada do Cidadão ao seu trabalho rapidamente e com dignidade, este Cidadão se vê obrigado a arranjar moradia próximo do seu Trabalho. Traduzindo, o Estado induz a Cidade a se configurar na forma de CANTEIROS DE OBRAS, pois se os empregados, moram em sua maioria, próximos das empresas em que trabalham, temos sim esta definição do espaço geográfico: Canteiros de Obras. E, se o modelo fosse adotado, a empresa teria que auxiliar no aluguel ou prestações destas moradias.

Se o Cidadão quer ir a um local afastado, fica por sua conta e risco o enfrentamento de grandes engarrafamentos e o gasto de combustível exorbitante.

Sustentabilidade

O modelo é perfeito para atender à ESTA FALÁCIA DE SUSTENTABILIDADE, que nada mais é do que o exagero para se mascarar a incompetência do Estado. O Japão, país bem menor, oferece transporte rápido, digno e barato de massa. Se lá, o cidadão se aperta num trem rápido que percorre 500 Km em uma hora ou menos, tem o consolo de chegar rápido. Em Belo Horizonte, esta proporção é de 40 Km em duas horas. Isto mesmo. Para chegar aos bairros afastados, o Cidadão demora de uma hora e meia a duas horas.

Mas o que este modelo errado de morar perto do trabalho tem de sustentabilidade ? Ele dá a falsa ilusão de economia de combustível. Acontece que a economia de combustível de quem mora perto é de longe sobrepujada pelos engarrafamentos dos pequenos percursos, pois as ruas são excessivamente estreitas. O que chamamos aqui de avenidas tem só duas pistas, em sua maioria. A cada 50 ou 100 metros, temos uma porcaria de semáforo retardando a evolução do tráfego. Os ônibus são "mastondontes" que ocupam uma pista, portanto, nas avenidas, só sobra uma ou duas.

Conclusão

O Cidadão está sendo tratado, APENAS como Trabalhador, para atender aos interesses das elites. A tese de Sustentabilidade é mais uma MÁSCARA para a não vontade de resolver problemas. Estes dois fatores, em conjunto, vão travar as grandes cidades, com consequências funestas.


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