sábado, 30 de julho de 2011

A falácia do transporte clandestino

Temos falado do trânsito, da falta de taxis, das ruas e avenidas inadequadas, de motoristas sem carteira, das greves de motoristas de ônibus por causa da exploração e de falta do metrô em Belo Horizonte.

Tem uns dez anos que surgiu um grande movimento de vans em Belo Horizonte. Os poucos detentores da maior parte das concessões de linhas de ônibus se moveram, alegando argumentos de clandestinidade, para acabar com as vans e instigaram a imprensa para bombardear a cabeça dos usuários de as vans eram inseguras. Das conversas surgiu o transporte suplementar, ainda insuficiente para atender a demanda. E as pessoas começaram a comprar veículos próprios, aproveitando o crédito fácil.

Tudo isto é um complô retroalimentado sempre pela cadeia:


  • Donos de empresas de ônibus inescrupulosos;
  • Indústria de veículos automotores
  • Jornalistas sensacionalistas
  • Donos de construtoras querendo explorar ao máximo os terrenos valorizados das metrópoles


Bem, alguns empreendedores (são isto mesmo, porque estão atacando setores deficientes) chegaram a ter mais de três vans, E PROCURARAM AS AUTORIDADES PARA LEGALIZAR SEU SERVIÇO. Eram sempre enrolados, e como se identificaram abertamente, passaram a ser monitorados pelas autoridades, NÃO PARA GARANTIR A FISCALIZAÇÃO, mas para serem autuados toda hora.

No Brasil é assim, a pessoa quer andar dentro da lei, e procura as autoridades. Pedem uma extensa documentação, só faltando pedir tipo sanguíneo, e vão enrolando a pessoa. Enquanto isto, vão enviando cobranças de impostos, de taxas, etc. E os interesses excusos utilizam seus "conhecidos" da imprensa para espalhar falsos discursos com meias verdades (e se você soma duas meia verdades, não obtém uma verdade inteira).

Mas como o brasíleiro é profícuo em idéias (aqui não cabe o substantivo "jeitinho", pois o transporte é um setor ALTAMENTE deficiente), abandonaram as vans, e começaram a utilizar veículos particulares tanto para conduzir passageiros no perímetro urbano quanto para viagens intermunicipais.

Como bem o disse um destes motoristas na Rádio Itatiaia, "eu pego o passageiro na porta da casa dele, levo, e depois deixo novamente na porta de casa".

Perguntamos:

Um ônibus faz isto ?

O ônibus é um dos veículos mais inseguros para a população. Mal o último passageiro adentra o veículo, e o motorista já está arrancando, por causa da pressa e do trânsito ruim. Isto acrescido do fato de que os passageiros entram pela frente e vão andando para trás, coisa antinatural. Os assaltos aos ônibus nas regionais mais pobres de BH são constantes. Os ônibus demoram.

E o vexame maior:

A Prefeitura incompetente não consegue implantar o metrô em BH

Isto tem anos. O preço de tal obra só aumenta, tornando-o mais e mais inviável.

O direito do motorista

Se um cidadão compra um veículo, paga as prestações, paga IPVA, seguro obrigatório (já viram isto, um seguro obrigatório), revisões, manutenções, estacionamentos e ajuda a manter milhares de empregos (a indústri automobilística ocupa o primeiro lugar no ranking de empregadores), ele pode transportar quem quiser de onde e para onde quiser, sendo remunerado ou não para isto. Não existe como lhe tolher este direito.

Com seu veículo você leva acidentado para o Pronto-socorro, quanto se dispõe a isto. É por acaso transporte clandestino ? Você pode levar mãe ou pai de sua faxineira para a casa deles no interior. É transporte clandestino ? Você pode transportar um bolo de aniversário, roupas para um conhecido, levar colegas que vão "rachar" a gasolina com você. É transporte clandestino ?

Ora bolas, transporte clandestino e criminoso, para nõs, é pegar um ônibus para um trajeto que você faz em 25 minutos a pé, e esta viagem durar 40 minutos, E A GENTE AINDA TER QUE PAGAR PARA ISTO.

Conclusão

A Prefeitura tem que fazer seu trabalho BÁSICO:

Prover a cidade de transporte público bom

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