Desde o mês de setembro, a dificuldade para se conseguir um taxi atingiu níveis insuportáveis. Belo Horizonte é uma capital com um dos piores serviços de taxi do Brasil.
As desculpas e a contra-informação
Com medo de perder um negócio altamente lucrativo, os motoristas mal intencionados espalham desculpas que não são inteiramente verdadeiras, como a dificuldade do trânsito caótico, que os impede de chegar à população. Mas vemos muitos e muitos pontos de taxi com uma fila enorme de taxis. Existe um motivo para isto. Com a gasolina cara (e está mesmo muito cara) eles não podem se dar ao luxo de "catar" os passageiros pelas vias congestionadas. Então eles preferem ficar nos pontos. E os passageiros se angustiam ao longo das avenidas à espera deles.
Para coroar o rol de absurdos, os taxistas estão espalhando que os novos taxis de cor preta tem uma tarifa maior. Mentira, pois a tarifa de taxi é única, e os taxis pretos correspondem às licenças que já estavam na mão da Prefeitura para serem REPOSTOS. Mais abaixo o leitor vai compreender toda a manipulação em torno do círculo fechado de uns poucos maus taxistas.
O mau uso por parte de alguns
Para queimar a imagem dos passageiros, alguns prestadores de serviço e alguns folgados pedem o inaceitável aos motoristas:
- Carregar mais de 2 sacos de ração animal;
- Carregar bancos, bomba hidráulica, cortador de grama ou outros aparelhos e até animais;
- Carregar 4 pessoas nos carros pequenos;
Isto predispõe os motoristas a se tornarem esquivos e mal humorados.
Privatização dos pontos de taxi
Já falamos que os motoristas ficam nos pontos. E olhem só, conseguir uma "cota" num ponto pode custar até R$ 500,00 com mensalidade de até R$ 100,00. O que é isto ? Se temos um ponto com 30 motoristas, mensalmente são R$ 3.000,00 de entrada, para pagar conta de dois telefones (que só recebem chamadas) e a conservação de uma casinha. Esquisito, não ?
E para entrar na sociedade do ponto, é dificílimo, conforme testemunham os motoristas de nossas praças. O serviço de taxi é concessão pública, e eles não podem fazer deles um negócio, uma Sociedade Limitada. É a privatização dos pontos. A Prefeitura tem deixado tudo muito solto, e se omitido.
E se você liga para o ponto de taxi, e não existem motoristas cotistas, fica na mão. Como um serviço de utilidade pública, concessão, se existe ponto, tem que haver escala e esquema para atender a população.
A desunião da classe
Cada motorista de taxi considera-se senhor absoluto de sua conduta, de seu horário, do seu ponto, do seu carro e de suas leis. Até a cooperativa para baratear o combustível foi assolada por uma direção que a levou à falência. Os motoristas de taxi não se unem para reinvindicar combustível mais barato. Já os proprietários de linhas de ônibus são altamente unidos, e fazem "lobby" para não perderem privilégios e boicotaram o metrô por muitos anos.
É preciso que os motoristas autônomos de concessão de taxi compreendam o seu importante papel para uma camada da população que pode usar um serviço melhor, e se unam de forma colaborativa, respeitosa e sem subterfúgios protecionistas.
O Ministério Público
Diante desta situação que se tornou um nó e um abuso, o Ministério Público teve que se reunir com a BHTrans para forçar a licitação nas próximas semanas. Belo Horizonte tem uma frota de 5961 taxis, número oficial, mandado levantar pelo MP. O pretendido é atingir 7000 veículos. E vários motoristas são contra, visão protecionista, pois a disponibilidade apertada gera um ganho muito alto para os passageiros, de acordo com os honestos e honrados motoristas que graças a Deus circulam com a intenção de prover bons serviços. Segundo eles, o ganho mensal vai de R$ 4000 a R$ 8000. Para se ter uma idéia, um Engenheiro Júnior de empresas do estado, recém-concursados, é de R$ 3500.
Conclusão
Em nosso país, é sempre preciso entrar a lei, para que os profissionais sejam obrigados a prover bons serviços. Quem usa de subterfúgios para manter privilégios enterra o seu próprio país, ou vai adoecer cedo e gastar tudo o que ganhou em gastos com Planos de Saúde.
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